Como funciona a penhora de salário em execução fiscal?
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Como Funciona a Penhora de Salário em uma Execução Fiscal?

Como Funciona a Penhora de Salário em uma Execução Fiscal?

13 de Janeiro de 2025
Dra. Natalia Capucho | Especialista em Direito Tributário e Consultora Jurídica

A penhora de salário em uma execução fiscal é uma medida adotada pelo fisco para garantir o cumprimento de uma dívida tributária, em que os valores devidos não foram pagos. Quando o contribuinte não cumpre com suas obrigações fiscais, o fisco pode recorrer a medidas coercitivas, como a penhora de bens, para assegurar que o pagamento seja efetuado. Neste artigo, vamos explicar como funciona a penhora de salário no contexto de uma execução fiscal, seus limites e as alternativas de defesa.


O que é Execução Fiscal?

A execução fiscal ocorre quando um tributo não pago é inscrito na Dívida Ativa e o fisco, por meio de um processo judicial, inicia a cobrança desse débito. A execução fiscal pode envolver diversas medidas para garantir que a dívida seja quitada, incluindo a penhora de bens, como imóveis, veículos e, em casos mais drásticos, o salário do devedor.


Como Funciona a Penhora de Salário?

A penhora de salário ocorre quando o contribuinte não tem bens suficientes ou identificados para quitar a dívida tributária, e o fisco recorre à renda mensal do devedor. Essa medida pode ser aplicada em qualquer momento do processo de execução fiscal, mas existem limites que devem ser observados.

Percentual do Salário Penhorado

A lei estabelece que, em regra, apenas uma parte do salário do devedor pode ser penhorada. O percentual que pode ser retirado do salário varia conforme o valor do débito e a necessidade de preservação do sustento do devedor e de sua família. A legislação prevê que, no caso de salários, a penhora não pode ultrapassar 30% do valor líquido recebido mensalmente, de forma a garantir o mínimo necessário para a subsistência.

Salário Mínimo Garantido

A Constituição Brasileira garante que o salário mínimo não pode ser penhorado, assim como os valores necessários para o sustento próprio e da família. Ou seja, se a penhora atingir valores abaixo do que é considerado essencial para a manutenção do devedor e de seus dependentes, o juiz pode revisar a medida e garantir a parte do salário livre da penhora.

Exceções e Limitações Legais

Em casos excepcionais, pode haver uma penhora maior, dependendo da situação financeira do devedor e da dívida a ser cobrada. No entanto, o juiz deve sempre considerar as condições do devedor e o impacto da medida em sua sobrevivência.


Defesas Possíveis Contra a Penhora de Salário

Excesso de Penhora

O contribuinte pode contestar a penhora caso o percentual do salário penhorado seja superior ao que a lei permite. A defesa pode ser feita por meio de um advogado tributarista especializado em execução fiscal, que apresentará argumentos sobre o impacto da penhora no sustento da família e pedirá a revisão da decisão.

Salário Atingido Inferior ao Mínimo Necessário

Caso o valor da penhora comprometa o sustento do devedor, este pode argumentar que o valor do salário não é suficiente para cobrir as necessidades básicas e, portanto, não pode ser penhorado integralmente.

Impossibilidade de Pagamento

Outra linha de defesa é a comprovação da impossibilidade de o devedor honrar com o pagamento da dívida, seja por problemas financeiros temporários, seja por outra situação que o impeça de cumprir com suas obrigações fiscais. Nesse caso, o advogado pode pleitear alternativas, como o parcelamento ou a redução da penhora.



Como um Advogado Tributarista Pode Ajudar?

O advogado tributarista especializado em execução fiscal tem um papel fundamental para proteger os direitos do contribuinte. Além de identificar as possibilidades de defesa em relação à penhora de salário, ele pode trabalhar para reduzir o impacto das medidas coercitivas e buscar alternativas que viabilizem o cumprimento da dívida sem comprometer a subsistência do devedor e sua família.

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